sábado, 5 de setembro de 2009

Olho de tolo (páginas perdidas)

Aqueles olhos imitaram os olhos que já se deitaram sobre os meus, e as pernas brincavam com as pernas alheias da mesma maneira com que prometeram-me seus gracejos. Eu funcionava meramente como um telespectador e só me restava o controle remoto. Para que continuar a mirar aquele espetáculo que só cutucava meu calo palpitante? Joguei fora a televisão! Pois ela perdera a genuinidade de que fora concebida. Os fatos passaram a se desenrolar visando uma exposição direcionada. Aqueles olhos são uma imitação de uma verdade há muito perdida. Mas, por que tinham que cantar necessariamente da mesma maneira? Será que eu fui incapaz de nadar em sua íris de matizes cintilantes? Acordo todos os dias com um bom dia invisível na beirada da minha alma. Asco! Asco! Asco!

Throw away your television
Time to make this clean decision
Master waits for its collision now
Its a repeat of a story told
Its a repeat and its getting old

São as vozes que ecoam na minha cabeça. Muitas vozes ecoam na minha cabeça. No divã só nos resta um momento de estaticidade dinâmica. Daqueles provenientes de algo que não se fabrica nas suas engrenagens nervosas. Isso não é saudável. Estender-lhes a face a cada milésimo de segundo, sendo bombardeado por granadas. Empunhei meu coquetel molotov como um bom guerrilheiro que sou e afundei-lhe a cara! Ops! Aonde foi aquela poesia toda? Parem de me dizer o que fazer! Por mais sincero que isso pareça! Vocês são meros demônios e demônios se desfazem como poeria em um vendaval. Espalham sua composição suja por aí. Um dia vocês se calam seus malditos mal amados!

Renegades with fancy gauges
Slay the plague for its contagious
Pull the plug and take the stages
Throw away your television now

Oh, lindo alfarrábio de alcunha feminina. Só posso amar-te agora. Mas quando folhear-lhe as laudas até a última delas... Não terás nada a me dar? Um dia te deixarei em uma portaria para alguém mais te amar. Vou vestir-lhe o corpo castanho e esconder-lhe as inscrições douradas. Não quero que inveja sintam de tua couraça. Oh, lindo alfarrábio, onde estariam teus cachos?

Estava dentro de uma cápsula hermeticamente lacrada. Imaginava uma situação nostálgica. Todas as nuances de um dia que se foi apareciam diante de mim. Não ouso repetir as palavras que me lembrei, mas ainda pulsam. Adoro cheiro de carne viva. Me banhe em sangue, sangue meu. Só tolero sangue. Meu. Ouvi um doce assobio, mas não era de um pássaro. Era tão distante... Não podia responder-lhe. O gás começou a ser expelido por canos que haviam em todos os cantos. Não tive tempo nem de...

Alguém

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