domingo, 29 de novembro de 2009

Ateliê


Qual não foi a minha surpresa quando, ao atravessar a porta, me deparei com aquelas faces multicoloridamente pálidas.

"Quem são?" - não resisti à curiosidade.

"Minha mãe..."

"Todas elas?!"

"Sim, são várias minha mãe."

"Por que sua(s) mãe(s) está(ão) morta(s)?"

"Elas não estão mortas. Estão derretendo..."

P.M.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Barbituric Diaries (an insight in the brain)


There's a war happening right over our heads. I'm not being metaphorical, or making some sort of puzzle in this affirmation. I saw it once. Little creatures, sparkles of light, shocking furiously against themselves. It's a big army of homegeneous and curious forms of living things. I don't know what it means to us, but I know that they are in another level of existence. How can they interfere in our reality is still an Enigma to me. But I know one thing... We are just like photos after all! Now I have to make and intervention on this odd affirmation. I believe that our reality, our capacity of perception is incredibly primitive. We are in a lack of perception. We can't dive in the deepest depth of the cosmical ocean blue. The main character of a photography is not awared of the whole scenario that surrounds him. It can just look forward and forward, never beside him, behind him, over him... A photo is a two-dimensional object... The protagonist (main character) is a limited form of life that works over this simple condition of perception. We are functioning like this main character. Blinded by our senses... The essence (to us) is just an accidental stumble on the verge of the primitive way of absorb the reality. A brief insight. Yet, there's a war running between us fluently and unstoppably. Almost forgot... Look for the river flow, crying out inside your head. I don't know why, but I know no matter how, that it can teach us how to swim through the tissue of the essence of something that I'm not sure what it is. Fuck! I'm feeling weird in my stomach!

Some dude

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Surprise, You're dead


Eu morri há algumas horas atrás. Literalmente. Me lembro do último ressoar dos pneus no asfalto da madrugada. E ventava. E o frio... Se você é capaz de ler isso... estamos igualmente mortos. Você e eu. Eu e você. "You can't get away", excuse me Patton, from me.

I.B. and Mark Ryden as well

domingo, 1 de novembro de 2009

individualismo múltiplo (o descontínuo mundo de nog)

andava nog pelas ruas. e muitos nogs via. uma porção deles no ponto de ônibus. outros em mesas de bar, ébrios. e por mais que aquilo pudesse ser bizarro, eles todos estavam confortáveis com aquela situação. centenas de milhares de um mesmo. com os mesmos sentimentos e pensamentos. uma terra de nogs. houvesse quem pensassem que pensando igual se vai pra frente, e talvez fosse verdade. mas com nog era diferente. quando estava com sede, bebia toda a cidade. quando estava com fome, todos os nogs comiam. e quando chegava o sono a única coisa que se ouvia na cidade era o ressonante ronco de nog.

achava aquilo perfeito. a mais plena paz. mas, como a paz que é plena é também efêmera, ela se foi... foi-se em meio aos gritos de nogs que lotavam as praias. foi-se junto com o ecoante ronco dos estômagos famintos de nog. foi-se na música que nog cantarolava e fazia toda a cidade tremer, pois eram centenas de milhares de vozes simultâneas.

e faltou comida. faltou água. faltou lugar de lazer. cada nog achava-se único em meio aos outros, achava-se rei. e com isso cada nog passou a odiar todo e qualquer nog exceto a si mesmo. dava pra sentir na atmosfera, no ar, a eletricidade gerada numa troca de olhar. e o tempo fez-se tenso. muito tenso. nenhum até então havia agido contra outro, não fisicamente, sabia o que os outros pensavam, sabia o que todos pensavam.

mas um dia além de água e comida, além de espaço ou alegria, faltou também paciência. e no exato segundo em que isso ocorreu, cada nog avançou contra o próximo nog. simultaneamente. e no meio daquele pandemônio nog sentiu o golpe, a lâmina curta e fria. "maldito nog! me esfaqueou! MALDITO". mas quando olhou para o próprio ventre era sua própria mão que segurava, com muita força, o cabo da faca. lentamente aqueles milhares de nogs, e suas bocas que cuspiam sangue, iam ao chão. "o que eu fiz?"

Leonardo Nogueira

http://descomunog.blogspot.com/