sexta-feira, 3 de abril de 2009

Apenas mais um texto confuso


Trilhos. Tristes. As pessoas são tristes! Por mais que tentem ofuscar-nos com sua graciosidade forçosa, omitir suas ambições que mastigam-nas diariamente durante sua marcha secular... Maldita Lei do Asfalto! Mas a culpa não é inteiramente dessa lei absoluta que fagocita um após outro. É da natureza do próprio indivíduo ser triste. Sempre a procura de algo maior do que eles mesmos, sem se dar conta de onde procurar ou reconhecer esse "elemento de transcendência". Tantas coisas (se não todas) são tão maiores que nós mesmos. Acho que a matemática da coisa é essa mesmo, somos tristes abastecidos por momentos de felicidade, simples assim. Queria tanto estar errado! Devo estar errado. E por estar errado me encanto pelos tristes, calejados, detentores da dor. Mas se não somos todos tristes, o que somos então!? As pessoas dizem que sou feliz, mas não me sinto um feliz. Por isso somos todos tristes essa porra! Pura constatação empírica! Como sou engraçado, confuso. Vertigem. Trilhos. Não me sentia inteiramente confortável perto daqueles trilhos, nem inteiramente desconfortável. Sentia medo de cair ali. Não! Não sentimos medo de cair de um prédio, nem de cair em um trilho de um metrô, sentimos medo de pular! É por causa dessa dualidade, triste, feliz. Mais alguma razão para não cogitarmos suicídio? Essas estrias, esses estigmas que carregamos... Se alguém está a observar esse circo patético do qual faço parte, devem estar fazendo apostas nessa jogatina incansável e eterna. Agora falo de Deus? Talvez uma necessidade de culpar alguém por nossas tripas enroscadas! "A ignorância é uma benção" meus caros. Por isso somos todos abençoados com a humanidade. Condenados a cem anos de melancolia.

I.B.

Um comentário:

"Manelchen" disse...

Talvez, a profecia do fim dos tempos seja verdade. Somos obrigados a competir; Adoramos ser superiores aos outros; Queremos ter dinheiro e, quem sabe, poder (se é que existe distinção entre as duas palavras). Estamos afogados num sistema que nem "pedimos" para nós... Uns admitem que gostam, outros dizem que não, mas adoram ganhar coisas boas e novas. E os que não se enquadram nisso? Já encontraram suas, abstidas, filosofias de vida. Estamos num jogo de damas e o grande problema é que somos adversários de nós mesmos. Que tragédia... Como podemos nos destruir? Acontece que "esse mundo é pequeno demais para nós dois". Nossas alegrias incomodam muita gente, nossas diferenças incomodam, incomodam muito mais!