sexta-feira, 3 de abril de 2009

Devaneio de uma sala vazia II


Haviam duas piscinas naquele condomínio oras estranho, oras familiar. Uma estava ocupada por crianças e noutra do lado oposto do condomínio, trepávamos. Esquecia momentaneamente de tudo à minha volta. Nem lembro se havia um céu sobre nós, mas tinha certeza de que era noite. E se houvesse realmente um céu, ele não nos fazia falta de forma alguma. Já era infinito o calor do seu corpo, o brilho do seu gozo... Me dei conta de que as crianças que brincavam na outra piscina, estavam ali simplesmente para me dizer que tudo não passava de uma brincadeira de mal gosto, daquelas que minha mente gosta de arquitetar. Acordei. A cama vazia não era o suficiente para suprimir aquele frio. Ela zomba de mim toda noite e eu não posso fazer nada. Impotente, desconfortavelmente nu. Olho para o lado e descubro que minha garrafa de vinho africano ainda está ali... na metade... apenas meia garrafa.

I.B.

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