sábado, 1 de novembro de 2008

Quando a Vida é Tão Longa Quanto a Brevidade de uma Tarde

No emaranhado sombrio de uma tarde cinzenta,
Num quarto repleto de vazio,
Eu te devo confessar de uma só vez:
Estava perdido nas páginas de um livro cheio de morte,
Lendo como um dia morreremos sós
E como, se formos bons em vida, descansaremos em paz
Onde quer que desejemos.

Pacientemente, vagando de quarto em quarto, me demoro na sua casa.
Estarei lá, esperando por você
Como uma estátua de mármore, dura e fria, lá estarei esperando por você.
Sozinho...

No meu leito de morte,
rezarei para os deuses e para os anjos.
Como um pagão, para qualquer um que possa me levar aos céus,
Para o lugar por que minha memória me leva a viajar.
Tanto tempo se passou desde que lá estive,
O céu estava manchado pelo vinho derramado,
E foi exatamente para lá que você me levou.

E continuei a ler
Até que o dia estivesse findo.
Naquela tarde sombria, sentado, me arrependi de tudo o que fiz.
Me arrependi por tudo aquilo que me é sagrado
E por tudo o quanto errei.
Nos sonhos, até que a morte venha me recolher, estarei a vagar...

(traduçao livre de Like a Stone)

P.M.

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