Ansioso, esfomeado, esperei
"Não", eu disse para eles
Para você, todo convite é poesia
Toda a arte sou eu
Toda a vida é viva
Ansioso, esfomeado, esperei
"Não", eu disse para o pátio
Empertigado de gansos engravatados
Talheres tilintam com despolidez
Maxilares mascam refeições insossas
Ansioso, esfomeado, lhe chamei
"Não", dissestes para mim
Com a sua voz cálida e cheia de graça
Suave, amoque, densa
Bem perto do meu ouvido esquerdo
Distante
De todo o resto
De mim, do fim de tarde
Da lua, do poste, da praça reluzente
De todo o sol
Diz tanto
Resignado, indolente, esperei
I.B.
Um comentário:
consegiu saciar?
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