segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A periferia

Ninguém se movia em lugar algum
Mas ele estava lá sozinho e acompanhado
Testemunha da vigília dos olhos do escuro
Ocultos por debaixo de algum véu invisível
Aprisionado por cânticos mudos de desespero

Era frio naquela noite e nada se ouvia
Entre a vida e o sonho
Na periferia

As pernas que fitavam meu rosto imóvel
Separados por um lençol fino e acolhedor
Que me impedia de ver a face do horror que me aguarda
Incubus e Sucubus em sua sede libidinosa
Os gritos que não se pronunciavam naquela breve visita

Inerte no desconhecido, na letargia
Aguardando o uivo da noite
Da periferia

Posso sentir o toque deles perscrutando meus pensamentos
A dama da morte e seu fiel companheiro
Memorandos estão em todo lugar
Eu aguardo essa hora chegar


Fugindo da noite que trás os seus impiedosos filhos selvagens
Produtos dos meus próprios pecados
Anjos negros que zombam e cuidam de mim
Para que a insanidade não me escape...
I.B.

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