quarta-feira, 13 de maio de 2015

Confusão


O desconforto já não pesa tanto. Ele vem e volta com promessas efêmeras de que vai estancar. Vez ou outra escorre o sumo através do meu corpo. Mas, eu já sei suturar a ferida e ela sempre abre uma vez mais. Me entrego à loucura, jogo fora o bom senso, a boa conduta e simplesmente sou. Não sinto culpa alguma pela libertinagem e pela boemia. Pois, são os remédios tradicionais no qual os homens depositam suas batalhas perdidas. E a guerra se prolonga por mais insensata que é para os meus interesses patrióticos.

Eu flerto com o mundo inteiro, flerto com a embriaguez, flerto com a insanidade. Estou flertando, na verdade, comigo mesmo. Saco mais uma vez a arma que está em meu coldre. Restam poucas balas em seu tambor. Mas, preciso mais uma vez disparar contra essa confusão. Dessa vez através do telefone, como usualmente tem sido, dada à sua insistência em cultivar distâncias. É mais fácil aceitar a batalha e odiar o inimigo do que tentar racionalizar o momentum. Nos poupa do sofrimento de assassinar um após o outro. Nos poupa de algum peso na consciência. Mas, para isso, nós temos que acreditar nesta raiva e estarmos dispostos a abraçá-la mesmo quando ela dá lugar a outra coisa mais nobre.

É que os movimentos negativos, a destruição é mais prazerosa a curto prazo. É mais fácil! O positivo é um exercício hercúleo no mundo em que vivemos. Requer sacrifícios gigantescos porque sempre praticamos o caminho oposto. Poucos são capazes de construir. É melhor aceitar a desculpa que nos enfiam goela abaixo e matar logo estes filhos duma puta terroristas e torturadores! "Be a good soldier", they say. Kill, kill, kill!

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